Allan Kardec..

junho 7, 2009
Allan Kardec (by IVa Tai)

Allan Kardec (by IVa Tai)

o livro dos espíritos

maio 20, 2009
o livro dos espíritos (by Iva Tai)

o livro dos espíritos (by Iva Tai)

a obra

em cascatas sutis se revela

a razão desperta em palavras

o livro dos espíritos

tira o véu das faces da vida

oapóstolo-codificador

as perguntas precisas fluindo

as respostas em fontes de luz

o consolo esclarecendo as metáforas

em quatro tomos formado

um tratado da esperança

latente mediúnico francês

disseminado no mundo

um livro de revelações

um sentir de episódio profundo

vitimado pela ignorância

mas um grito que se faz ouvir

não se queimam as verdades do Cristo

saber das causas primárias

das noções da divindade

da criação e elementos do universo

do pulsante principio vital

da vida espiritual e carnal

das intervenções espírito-matéria

da reencarnação e plural existência

dos reinos mineral, vegetal e animal

e nas leis de ordem moral estamos imersos

divina, adoração, trabalho, reprodução, conservação

destruição, sociedade, progresso, igualdade

liberdade, justiça, amor e caridade

das esperanças e consolações nos revela

infeliz em atraso os filhos da ignorância

venturoso em alegrias os filhos do amor

o futuro resulta da ação presente

o livro dos espíritos é arauto

vindo do consolador prometido

em palavras enobrecedoras

de Jesus a verdade que liberta!

Iva Tai

A prática contemporânea em artes visuais no Espiritismo

maio 4, 2009
por nós... (by Iva Tai)

por nós... (by Iva Tai)

O contexto espiritual das artes na atualidade é resultante de um processo histórico da humanidade, que aos longos dos séculos tem sido amparado pelas inspirações e ações de amigos abnegados sobre a égide do Cristo. Apesar de muitos contextos de ignorância, recebemos iluminação e assim nos renovamos pelo avanço de nossas potências espirituais, filosóficas e artísticas. E nossas concepções errôneas e egoísticas vão sendo abandonadas e substituídas por sentimentos humanitários que brotam nos imos da alma, pelo esclarecimento e reconhecimento da divindade além e dentro de nós.
O Espiritismo é dentro deste contexto contemporâneo, um despertar de consciência contínuo. Este surge para uma humanidade que se configura em aprendiz capaz, apta. E no contexto de difusão do consolador, inúmeras transformações, inclusive nas artes, despontam como indicativas de posturas orientadas pelo livre-arbítrio e necessidades do espírito criativo humano.

No campo das artes visuais, temos a grande variedade das formas artísticas, configuradas em naturais, estilizadas ou abstrações do imaginário humano. Numa ação de liberdade do ser consciente e criador, perceptível às fontes inesgotáveis da arte universal. Característica esta presente desde tempos idos.
No entanto, correspondente ao que professam, percebe-se na maioria, o distanciamento do sagrado de outros tempos, de onde se pode afirmar que as filosofias materialistas tenham-na impregnado. O avanço das técnicas científicas e popularidade de filosofias extremante individualistas e atéias passam a conviver com o objeto artístico de forma a influenciá-lo, uma vez que assim ocorre com seus criadores.
Das vanguardas do início do século XX, herdamos um ímpeto de mudança impregnado de medo do futuro, originados em contextos de renovação de preceitos e dores necessárias. Assim, desorientados do divino e da fé no futuro, o artista parte em uma busca insaciável pelo novo que lhe envolve a alma solitária. Separada do espiritual, tal atitude torna-se gangrena dentro da própria arte.
É a arte, ferramenta capaz de experimentar a dualidade das forças antagônicas, de acordo com o uso de seus criadores, esta pode  elevar ou degradar uma sociedade. Ela é a palavra por qual se caracteriza o artista no mundo. E reflete seus ideais humanos, suas crenças, culturas e vôos imaginários, ou percepções pretéritas, guardadas no perispírito. Configurando-se em ação material e espiritual do artista no mundo.
E a arte espírita é apêndice dentro desse contexto infindável, caracterizando-se como mais uma possibilidade do Cristo na renovação, inspiração, educação, conscientização e ação contínua espiritual em tal contexto de conteúdos ávidos por iluminação. A arte espírita é prática que necessita estabelecer diálogo com a contemporaneidade, necessita ser flexível quanto às diferenças da psiques evolutivas atuais, dando condições à abrangência de seus conceitos aos mais diversos corações humanos. Não esquecendo, é claro, da sensibilidade estética necessária, da clareza de postura iluminativa, da liberdade criativa do artista quanto à forma e do conteúdo de cunho de vibrações salutares pertinentes com a doutrina.
Não cabe a produção visual espírita apenas uma estética amarrada no tocante à forma plástica passada, em nenhum momento o codificador, ao dizer que esta dará continuidade à arte cristã, nos dispôs ao propósito de perpetuar nesse tocante. Como se sabe, nos diferentes mundos habitados a arte configura-se em símbolos e formas inimagináveis para nossas consciências, tão habituadas ao contexto das reproduções de nossa natureza humana e falível. Não podemos liquidar com o grande cabedal histórico de avanço das formas artísticas a nós legadas, por notáveis estudiosos e artistas, realmente comprometidos com as causas artísticas de cunho essencial. Assim nos configurando possibilidades de alçarmos vôos vitoriosos para a integralidade de nosso ser. É notável, por exemplo, as verdades espirituais deixadas por Kandinsk em seu livro “Do Espiritual na Arte”. E as buscas no campo visual questionador e comprometido da arte social atual. Entre tantos outros exemplos que poderiam ser citados, uma vez que a espiritualidade maior orienta os caminhos dos artistas a milênios.
O que nos cabe nesse contexto de consolidação da arte espírita, é receber o espírito inventivo do artista espírita, destituídos de preconceitos. Que geralmente, são oriundos da ausência de estudos esclarecedores sobre arte e sobre a doutrina, da falta de contato com atividades e idéias evolutivas necessárias nesta caminhada contemporânea.

Iva Tai

substratos de mim

maio 4, 2009

imagem: autor desconhecido

em espírito me inclino para os teus olhos

o coração diáfano na ponte de luz

em momentos como estes eu transpiro alegrias

estudo e fé

pujança de minha vontade latente

da larva que alimenta as asas

e transpira a fraternidade do consolador

sendo assim uma vontade permanente nas flores

Iva Tai

O Poeta Espírita Hemetério Cabrinha

abril 20, 2009

imagem: autor desconhecido

A História do Espiritismo em Manaus é repleta de personalidades de influências e atuações espíritas marcantes nas mais variadas épocas. A mais de um século o Movimento espírita atua nas sendas amazônicas, instaurando transformações oportunas e necessárias à sociedade manauense. Neste ínterim de forças espíritas atuantes, temos na personalidade do poeta Hemetério Cabrinha, uma louvável atuação artística e social.
O verdadeiro nome do poeta é Hemetério José dos Santos, nascido em 1892 em Fortaleza (Ceará), e levado a óbito em 1969 em Manaus, terra que escolheu para viver e dar seguimento a sua vida poética e inspiradora de valores espirituais. O pseudônimo Hemetério Cabrinha é originário de um apelido de infância, nome artístico que preservou ao longo de sua existência.
A vinda de Hemetério Cabrinha para Manaus, deu-se em 1916. Este, como tantos outros nordestinos que para cá vieram, traziam a esperança de encontrar oportunidades na Manaus esplendorosa da borracha. Porém,  vivenciou apenas os últimos dias de tal fulgor. Migrante nordestino, viveu do trabalho honesto de sua profissão em carpintaria, recebendo a acolhida gentil da exuberante selva amazônica. Seu talento nato para a poesia e sua postura honesta e comprometida com as causas espíritas, o tornam um dos grandes representantes da poesia espírita de meados do século XX em Manaus. Sua atuação social é notável através da oratória vibrante em defesa dos mais humildes, aparecendo em campanhas cívicas na cidade de Manaus, onde a sua poesia o torna arauto nas reivindicações pelas melhorias sociais urbana.
O amor a poesia o levou a fundar um grêmio literário denominado Academia dos Novos, passo vitorioso para mais tarde influenciar na formação do Clube da Madrugada, em 1954, o qual se tornaria famoso como ponto de convergência da intelectualidade literária de então. Neste Clube, que Hermetério participou ativamente, sua poesia tinha grande reconhecimento e também trânsito para se fazer reconhecida em outros estados.
Em sua trajetória como poeta do Espiritismo em Manaus, encontramo-lo integrando ativamente o Movimento Espírita  da época e com atuação nas sendas do bem vai além da poética. Hemetério Cabrinha, em conjunto com outros espíritas da época, frente ao comprometimento com a causa, participou da fundação, em 1° de janeiro de 1951, do Centro Espírita Tenda de Jesus. Que inicialmente funcionou nas dependências da casa de Hemetério Cabrinha, na Rua Mundurucus, nº 108 – Centro que também abrigava a Escola de Estudos Espíritas Kardequianos, reunindo numeroso grupo de estudiosos, em reuniões científicas e doutrinárias.
Atualmente conhecido como Centro espírita Morada de Jesus, esta casa de consolo na seara do bem só conseguiu ter a sua sede própria em 25 de dezembro de 1971, situando-se na Rua Leonor Telles, 120, Bairro do Aleixo (antiga Rua Javari, entre as ruas Paraíba e Belo Horizonte, na divisa dos bairros de Adrianópolis e Aleixo) onde funciona até os nossos dias. Por longos anos, o Centro Espírita Tenda de Jesus foi dirigido pelo poeta Hemetério Cabrinha, que foi sucedido mais tarde por Otília Adalta da Costa até o desencarne desta em 1983.
A atuação valorosa de Hemetério Cabrinha ao longo de sua existência como poeta e espírita, demarca um legado literário de força e técnica, que nos leva a reconhecer que este homem de bem, cujo ofício de carpinteiro exercia de forma primorosa, era também um esteta da palavra. Foi um grande conhecedor das obras imortais de Olavo Bilac, Antero de Quental, Augusto dos Anjos, ente outros grandes da literatura brasileira, dos quais é possível perceber a influência em suas poesias. Além de estudar e conhecer a fundo os ensinamentos da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, estudou obras poéticas espíritas, como Parnaso de Além-Túmulo, psicografado por Francisco Cândido Xavier em 1932.
Este líder nato presenteia a posteridade com obras poéticas repletas de ensinamentos iluminativos e requintes literários. Em seus poemas se percebe a linguagem técnicas das influências literárias conhecidas ao longo de sua existência, como o romantismo, o parnasianismo, e o simbolismo. Característica comum aos poetas de sua época, este ecletismo poético, surgem nos poemas de Cabrinha, permeados dos ideais e conhecimentos espíritas.
O inconformismo de alguns poemas, a lírica amorosa de outros, ou mesmo o regionalismo também encontrado nos versos deste poeta, são autenticidades existenciais deste seareiro da grande floresta amazônica. No entanto, grande parte de seus escritos ganham vida na fé inabalável no Espiritismo e nos ensinos de Jesus. Hemetério Cabrinha configura-se como um homem de bem e, em toda sua vida, portou-se como verdadeiro espírita, com comprometimento e amor a causa. É um espírita nos moldes que o codificador nos aponta:

Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua formação moral, e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações. (Allan Kardec, E.S.E., XVII, 4).

Seu último livro, Frontões, foi publicado em 1958, caracterizando-se como uma das melhores obras Cabrinha. A este livro o poeta agregou publicações anteriores, dando assim características de um certo hibridismo poético. Pela importância reconhecida de sua obra poética, Hemetério Cabrinha teve relançada a segunda edição de Frontões pela EDUA (Editora da Universidade do Amazonas) em 1997.
Além dessa, foram publicadas de sua autoria as seguintes obras: O meu sertão (Manaus: Palais Royal, 1920), Satã (Manaus: Palais Royal, 1922), Vereda iluminada. Manaus: Imprensa Pública, 1923), Caim (Manaus, s. n., 1934), Frontões. (Manaus: Sérgio Cardoso, 1958).

– A presença de ensinamentos espíritas em suas poesias:

A seguir serão apresentadas duas poesias de sua lavra para servir como base indicativa do conteúdo espírita que as mesmas portavam, sem comprometimento da universalidade da linguagem, da beleza das imagens criadas, e da técnica construtiva.
Na primeira (Quem fui e o que serei) pode ser encontrada a tese espírita para processo evolutivo dos seres inteligentes que povoam o universo. Nesta, o principio inteligente criado por Deus, inicia sua trajetória em busca de automatismos biológicos pelos reinos inferiores da natureza e, depois de completada suas aquisições nesse aspecto, é transformado em Espírito, simples e ignorante, mas já dotado de consciência de si, razão, juízo de valor e outros atributos da racionalidade. A partir desse ponto ele inicia sua evolução em busca de conhecimentos e virtudes até transformar-se em Espírito Puro.
Na segunda (Hora Extrema) pode ser encontrada a tese espírita para a existência e imortalidade do espírito. Nesta, os espíritos são compreendidos como individualidades inteligentes da Criação Divina e destinados a perfeição. As diferenças existentes entre eles não constituem espécie distinta, mas diversos graus de adiantamento moral e intelectual. Eles são as almas dos homens encarnados. O mundo corporal e o mundo espiritual agem incessantemente um sobre o outro; pela morte do corpo, o mundo corporal restitui o espírito à sua pátria de origem, e pela reencarnação o mundo espiritual constitui a humanidade

QUEM FUI E O QUE SEREI (Frontões)

Fui húmus, fui cristal, fui pedra bruta,
E nas substâncias da matéria inerme,
Vim desde a vibração ao paquiderme,
Após milhões de séculos de luta.

Monera, larva, lama, lesma, verme
Fui, (para a expansão da causa Absoluta
De onde a vida nos corpos se transmuta)
Até sentir calor na minha derme.

Na transcendente hereditariedade,
A minha rude personalidade
Chego a ser o que é na vida hodierna…

E daqui para além irei seguindo,
Evoluindo sempre, evoluindo
Até chegar à Perfeição Eterna.

HORA EXTREMA(Frontões)

Na hora extrema, quando o frio corta
Os neurônios nas dores aguçadas
E a alma, dentro da carne, não suporta
A atrofia das células cansadas.

Das articulações paralisadas,
Rompendo o véu da natureza morta;
Na leveza das formas irisadas
À verdadeira vida se transporta

E, liberta das dores, dos cansaços,
Na plenitude excelsa dos espaços,
Fora das exigências da matéria;

Em proporção que do orbe se desata,
Sente que a vida plena se dilata,
Em sua própria natureza etérea.

-Evidentemente, a obra literária de Hemetério Cabrinha é um marco na história da literatura espírita amazonense. Os aspectos relacionados à sua vida literária, os fatos relacionados à sua atuação na seara espírita, o reconhecimento de sua obra poética pelas instituições de ensino superior e literatos amazonenses, comprovam a valorosa participação intelectual e espiritual deste migrante nordestino, que adotou o Amazonas como sua terra de coração e oração.
O Movimento Espírita amazonense ao longo de seus cento e quatro anos tem no exemplo de vida deste lúcido poeta, o exemplo de espírita comprometido com a causa. Mesmo as dificuldades da época por ele vivida, especialmente os preconceitos enfrentados pelo próprio Espiritismo e aqueles motivados por evidenciar em seus poemas a sua fé, não enfraqueceram os objetivos de seus ideais espirituais.
A poesia de Hemetério Cabrinha é literatura que nos doa horizontes dentro das perspectivas de transformações da espiritualização da arte amazonense. Pelo exemplo vivido, este nobre poeta fora discípulo fiel dos ideais espíritas. De onde podemos afirmar que o estudo sobre sua obra literária e atuação doutrinária nos inspira a continuar a obra de iluminação cristã nas searas amazônicas.

Iva Tai

A Arte Espírita em Manaus

abril 13, 2009
espírito da floresta (by Iva Tai)

espírito da floresta (by Iva Tai)

Dentre os compromissos iluminativos que almejam a difusão do conhecimento espírita, temos na arte uma fonte inesgotável de possibilidades. Segundo critérios do próprio codificador, a necessidade de envolvimento da arte com o ser na sua busca pela integralidade é uma constante necessária e infalível. No futuro, frente ao desenvolvimento de seus aspectos morais e intelectuais, a humanidade também refinará seu campo estético. Tal fato se dará sob a égide dos ensinamentos do Cristo, sendo que a arte transmutará na própria existência do ser espiritual. Dotado de características psíquicas iluminadas pelo supremo bem representante da divindade que há em cada ser humano, e que nos faz possíveis de perfeição.
Ao longo de cento e quatro anos, o Espiritismo está presente nas sendas amazônicas. E de suas notáveis ferramentas de divulgação, a arte espírita avança em formações grupais e individuais norteadoras de comprometimentos com a causa do Cristo. Como veículo de divulgação, a arte possibilita sensibilizar e comunicar a sociedade em geral de forma mais abrangente. Uma vez que esta é uma fala universal de entendimento e sensações.
São muitos os grupos artísticos, literatos e artistas existentes nas casas espíritas de Manaus, sendo o teatro e a música grandes alicerces instauradores da prática artística espírita primordial na região. A literatura também avança, tendo em seu contexto escritores e poetas diversificados. No campo das artes visuais, temos na fotografia, nas artes plásticas e cinema, nascente promissora de divulgação.
Dos grupos teatrais, a Fundação Allan Kardec possui a tradição de um teatro que notadamente trabalha as lições de amor do consolador, assim como a Fundação Léon Denis e o grupo NEDA. Estes grupos teatrais, contam com profissionais balizados no campo da dramaturgia, sendo que seus trabalhos iluminativos já foram vistos por um grande público apreciador da arte e do espiritismo. Assim, o teatro espírita em Manaus leva a sua mensagem a um público sedento de consolo, saindo da casa espírita e conquistando um público muitas vezes ignorante quanto às diretrizes espíritas.
A música espírita conta com grandes compositores e intérpretes, já se tem resultados fonográficos nos lares espíritas da região e além. Grupos como o Harmonia, Sal e Luz e compositores como o Valdeir, são frutos do aprimoramento musical e conquistas espirituais ao longo da trajetória espírita amazonense.
Nas artes visuais, as pinturas e composições artísticas criam espaço em eventos das mocidades espíritas,  nos trabalhos de alguns artistas ligados a ABRARTE (Associação Brasileira de Arte espírita), onde as técnicas diversificadas transitam também na fotografia e arte digital.
O cinema espírita amazonense já se delineia em tímidas gravações voltadas para ensinamentos e pequenos curtas retratando os princípios doutrinários.
Inúmeras fontes de divulgações pleiteiam este universo doador de possibilidades regenerativas, sendo que historicamente o Amazonas já possui um grande legado de atributos que o torna um grande porta voz do espiritismo nesta imensa floresta. A arte, aqui evidenciada, é mais uma força somatória nesta caminhada de ideais, uma aliada louvável.

Iva Tai

Iesus

fevereiro 23, 2009
Divino Escultor (by Iva Tai)

Divino Escultor (by Iva Tai)

o meu sorriso às vezes mudo

perante a ti se revela

o chacra cardíaco em luz pela tua conexão
sinto paz

os teus olhos mansos
refletem

a

quietude

de

mil

girassóis

são ensinamentos
que transmutam as verdades do mundo

o invisível é visível
na percepção dos sentidos sutis

tu és fagulha em sabedoria
a guiar-nos os passos
a acolhida que ofereces
é consciência e integralidade
e

luz

podemos

ser…

sei que o “ser” resulta do “estar”

as mãos se dão em cordão de preces
perfumes de rosas
asas consolam a vastidão de aflitos
interagem e amam
a brandura chegando aos segundo das palpitações
são os cantos
que secam as lágrimas do desespero
irmanados trafegam arduamente
promovendo a paz
um todo que ama
e reconhece a tua fidelidade
asas douradas
que afagam o meu coração

Iva Tai

despertar

fevereiro 23, 2009

Virtus (by Iva Tai)

Virtus (by Iva Tai)

intangível

resplandeço na relva

fluem flores e espinhos

leve pluma é meu sentir aguçado

aquece

o

sol

dentro

de

mim

são meus

os olhos do tempo

na retina

as vidas pretéritas

todos os erros e acertos

toda a crença e toda a fé

sou mais

uma

na imensidão anil

no cair do véu material

descampando

outros passos

são surpresas repentinas

que me tomam

a vida continua e sou eterna

Iva Tai

A Arte Espírita frente aos novos tempos

fevereiro 22, 2009
Reencarnação dos Artistas(by Iva Tai)

Reencarnação dos Artistas(by Iva Tai)

Em toda a história da humanidade, é marcante a evidente participação da arte no contexto social, expondo conteúdos crítico ou posturas livres que remetem aos anseios dos artistas. Já na pré-história, esta fora utilizada como instrumento mágico, ajudando o homem a garantir a sobrevivência da raça. Tornando-se a grande aliada da humanidade nas superações de suas limitações físicas, possibilitando a conquista da natureza através de variados artifícios.

Dos povos antigos, é marcante uma arte que comunga com as interpretações do invisível, que os escapavam à compreensão. Na Idade Média, a arte nos reflete as potências latentes do ser espiritual e imortal da época. Com a chegada da Idade Moderna, novos caminhos a orientam e esta resplandecem em liberdade de temas e técnicas. Surge à figura do artista, em sua majestosa veste de núpcias, aproximando o divino celeste à natureza humana.

No caminhar, de todo o processo histórico que nos envolvem, os séculos seguintes resplandecem em luzes de esclarecimento e possibilidades. A liberdade da arte é mãe da criação, a liberdade do artista reflete a postura dos novos tempos, do ser humano que transcende as concepções ditadas pela forças sociais. Ele ousa, ele inova, e assim temos a fagulha potencial da vontade e da ação de se criar novidades.

Os séculos vindouros, reiventam o fazer artístico, os movimentos oriundos das quebras conceituais que surgem no início do século XX, perfazem uma arte que questiona a vida e a própria arte. Das vanguardas, resultam os conceitos referentes ao que denominamos hoje de arte contemporânea, alvo de calorosas discussões a cerca de suas verdades. Essa realidade diz respeito à abrangência e permanência da arte na vida das sociedades, e sua compreensão toca em ponto referente ao refinamento dos gostos, dos costumes e saber artístico.

Em nosso tempo, vive-se uma arte que respira as modernas tecnologias. Que nos propõe experiências e desbloqueios sobre as possibilidades do fazer técnico, nos possibilitando somatórias importantes às práticas resultantes do processo histórico, do qual somos herdeiros.

No contexto contemporâneo, temos variedades de conceitos, são diferenças resultantes da diversidade cultural e liberdade de nossos pensamentos. Alguns respiram poéticas intuitivas e espirituais, outros, respiram pensamentos materialistas e buscas sensoriais. Assim, a arte configura-se em nossas verdades, e por ela, responderemos de acordo com as verdades do infinito. Segundo Kandinsk, “a arte manifestada dentro de conceitos espirituais é a porta voz das verdades e belezas transcendentais. Capaz de levar o homem à reflexão de seus atos e existência, enquanto criatura de Deus. Caminhando em postulados que ignoram a imortalidade da alma, o ser necessita de uma fonte iluminativa.”

Dentre os conceitos filosóficos transcendentais e atuais, a Arte Espírita compromete-se em restaurar os princípios iluminativos na arte. Surge como uma ação que expõe tema de interesses reveladores da existência humana e seus caminhos futuros. Essa postura destes artistas do Cristo, não os faz diferentes dos demais no tocante ao profissionalismo, técnicas ou criatividade. O que os difere, certamente é o compromisso com uma arte que visa indicar caminhos de paz e sentimentos nobres, necessários para o equilíbrio mental do planeta.

O artista espírita não veio negar as contribuições artísticas ao longo dos séculos, este também as utiliza em suas variadas linguagens. Mas seus conceitos, estes sim estão definidos de acordo com a causa que abraçam. Suas criações são frutos de sentimentos trabalhados e posturas renovadas ao longo das existências, em contato com os ensinamentos do Cristo. São assim, percepções da realidade humana que se voltam para além das esferas materiais.

A Arte Espírita, não pretende agir apenas no contexto das casas espíritas, ou ter um seleto público para dialogar. Ela vai além, a todo o coração que se dispor a conhecer suas verdades, simpatizantes ou não. Expondo novas possibilidades conceituais para o fazer artístico. Interagindo com o público, sedento de verdades, ansioso por algo que os desperte para as idéias salutares e integralizastes das potencialidades do espírito humano.

Ao artista espírita, é importante o aprofundamento doutrinário, o conhecimento técnico, histórico e filosófico da arte mundial. O despir de preconceitos relacionados à cultura e o contexto histórico, fatores importantes para a compreensão da diversidade e caminho para se instaurar a fraternidade. Não esquecendo a disciplina e o comprometimento com a causa, evitando cair nas garras do personalismo. Assim, estará preparado para questionamentos e uma atuação eficaz, desenvolvendo múltiplas possibilidades criativas, e aptas ao uso de ferramentas de interação com os novos tempos.

Sobre, a prática artística e sua atuação no Espiritismo, é preciso romper com velhos preconceitos ainda existentes no movimento. Apoiando, orientando e divulgando a Arte Espírita, ajudando-a com o diálogo cristão dentro da arte. Precisamos caminhar por entre as diversidades, com nobre respeito, conscientes que em cada uma delas, a providência divina é atuante. A chave, o caminho para nos libertarmos da ignorância e do egoísmo está no amor, no conhecer da verdade que liberta, no propósito em caminhar no bem. Toda arte de sentimentos nobres, é grande vôo da criação, capaz de atingir-nos profundamente. E nos transforma de tal forma, que verdadeiramente nossa essência passa a ser obra de arte e luz.

Iva Tai